quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA

REFORMA ORTOGRÁFICA

- SERÁ QUE É UMA NECESSIDADE? -


Pois é, amigos, estamos diante de mais uma reforma ortográfica em nossa já complexa língua portuguesa.Sou remanescente da reforma ocorrida em 1971, quando estava cursando o científico, que depois passou a ser 2º grau e hoje é o ensino médio. Foi quando palavras como “ecològicamente” e “sèriamente”, que se escreviam exatamente dessa forma, perderam o acento. Assim como a palavra cores, que se escrevia “côres”. Lembrei dessas palavras pois as encontrei no livro que estou lendo: OS PROFETAS DA CIÊNCIA, de D. S. Halacy Jr, tradução de Carlos A. Dantas e publicado pela Edições Bloch em 1967.Uma beleza de livro, onde tem um capítulo em que fala da possibilidade do homem chegar a Lua até 1970.O argumento, agora, para a reforma é homogeneizar a língua portuguesa, para que em todos os países onde é falada seja escrita de forma idêntica.Claro que é uma idéia interessante, afinal já passei pela situação de estar comprando livros diretamente da editora Gradiva, de Lisboa, via telefone, e a vendedora perguntou se queria o livro em “português” ou a edição em “brasileiro”. Achei que era algum tipo de piada e pedi em português mesmo.Recebi uma bela obra onde são citadas as Leis de José Niltom e o Teorema de Brás Pascoal, ao invés das leis de Isaac Newton e teorema de Blaise Pascal. Foi quando percebi que além de muitos termos técnicos diferentes, os portugueses também traduzem os nomes próprios.A leitura assim é menos agradável.Mas, a proposta de se homogeneizar todo o idioma é utópica. É a mesma coisa que chegar para um plantador de soja ou tomate do interior do Iowa, nos Estados Unidos, e falar em distância em metros ou velocidade em quilômetros por hora. Ele dificilmente entenderá, acostumado com o sistema Imperial Britânico de Unidades, que fala em jardas e milhas por hora.Provavelmente a reforma ortográfica será muito benéfica para seus idealizadores, não por acaso letrados filólogos que publicarão novas gramáticas e dicionários, ensinando aos pobres mortais (nós) como usar corretamente a nova forma de linguagem.Além do mercado editorial, é claro! Afinal, como você vai conseguir fazer o donos dos pequenos restaurantes e bodegas portuguesas a modificarem seus cardápios (ou “ementas”, como dizem eles).A seguir, uma página do “Diário de Minho”, de Minho, Portugal, onde está a famosa Universidade de Economia e Gestão.Se você observar a matéria sobre o restaurante existente na pequena cidade de Ponte de Lima, que se localiza no extremo norte do país, verá que ao lado dos nomes dos pratos está a descrição dos mesmos, para os turistas “entenderem melhor” do que se trata.


E, a seguir, observe a maravilha liguística (sem trema) do cardápio de um pequeno bar de praia no Algarve, sul de Portugal.

Ora, pois!