EQUILÍBRIO
ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "NOTÍCIAS DO DIA"
Florianópolis, 24 de agosto de 2008.
Estamos quase em setembro, e já está chegando o período de inscrição para o próximo vestibular na Universidade Federal de Santa Catarina.
Mais que uma prova, o vestibular se tornou uma espécie de ritual de passagem para muitos jovens e seus familiares, que vivem o ano inteiro em função da atividade. Que pena que nosso sistema educacional afunile tanto, de tal forma que apenas alguns poucos conseguem ingressar no ensino superior público e de qualidade!
Mas, e agora? O que as famílias podem fazer para auxiliar no processo?
Quase todos os dias atendo vestibulandos com frases como: “Meu pai quer que eu faça medicina, mas prefiro nutrição!” Ou “queria fazer medicina, mas estou co medo de não passar de novo!”
Ou pais dizendo: “meu filho já vai fazer vestibular! E só tem dezesseis anos!” E dizem isso como se fosse uma coisa maravilhosa, fazer vestibular com apenas dezesseis anos! Quando ainda se tem tanta coisa para aprender, antes de se decidir sobre a profissão futura.
Ah, pais, que querem fazer de seus filhos suas medalhas!
Habitualmente constatamos a existência de dois tipos de pais: os “omissos” e os “sufocadores”. Omisso é aquele que se intitula liberal, dizendo que deixa seu filho tomar suas decisões sozinho. Esses, com raras exceções, querem dizer “meu filho que se dane, já faço muito em pagar seus estudos!”.
E o “sufocador” é aquele que está o tempo todo em cima, tentando ajudar, da sua maneira. É aquele que quando vê seu filho caminhando pela casa, após horas estudando, indo ao banheiro, pergunta: “querido, não estás estudando hoje?!”
Ou aquela mãe, que quando vê seu filho estudando, tarefa que ele não executa com muita alegria, interrompe-o a cada quinze ou vinte minutos, perguntando: “querido, não queres uma vitaminazinha de banana?”, tirando-o completamente da concentração.
Claro que, dos dois, prefiro trabalhar com alunos filhos de pais “sufocadores”.
Mas, o ideal é chegar a um termo de equilíbrio, em que se deixa o filho tomar suas decisões e crescer, sempre deixando claro que ele pode contar com o ponto de apoio, o sustentáculo dos pais ao seu lado. E fazer o filho entender que estudar para o vestibular não é estudar “mais”, é estudar “melhor”!
Fazer ver que a palavra correta desta época tão importante na vida do jovem é EQUILÍBRIO!
- autor: Edson Osni Ramos (Cebola), professor de física do Curso Pascal e do Curso Energia
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