segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ASPIRINA

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ASPIRINA

Por Edson Osni Ramos (Cebola)

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No século V a.C., o grego Hipócrates, considerado o "Pai da Medicina", contrariou o pensamento científico da época, que preconizava os benefícios do ópio e da mandrágora para aliviar a dor de cabeça ou reduzir a febre, e convidou seu pacientes a tomar uma infusão até então desconhecida, o chá da casca do salgueiro branco (Salix alba), para curar essas enfermidades.

Com a decadência da cultura grega, o conhecimento das propriedades curativas desta planta perdeu-se nos tempos. Os romanos combatiam suas enxaquecas com sangrias e sanguessugas. Na América pré-colombiana, os incas e aztecas colocavam rodelas de batata crua na testa.

A humanidade teve de aguardar até 1763, quando o pastor inglês H. Stone redescobriu que o extrato da casca do salgueiro reduzia a febre. Realizou testes com 50 de seus fiéis e apresentou os resultados à sociedade médica britânica.

Porém, entre as contra-indicações do novo medicamento, Stone destacava sua elevada agressividade. O ácido salicílico atacava os fluidos gástricos, provocando ardor estomacal e até úlceras.

Em outubro de 1897, o alemão F. Hoffman, químico da Bayer, empresa que até hoje atua no mercado de medicamentos, reprocessou o produto básico e obteve o ácido acetilsalicílico, um pó mais tolerável que, desde 1899, tem sido a panacéia solúvel contra a cefaléia, os estados febris e o reumatismo crônico.

O pó da Bayer, denominado "Aspirina", era vendido em frascos de vidro e em caixinhas de papelão, estando ao alcance de todos.

Entre 1947 e 1956, a prevenção das tromboses coronarianas com aspirina foi testada com êxito em mais de 8 mil pacientes. Outros estudos sobre as propriedades terapêuticas da aspirina estão sendo conduzidos, sendo os resultados satisfatórios no tratamento de certos tipos de câncer e na prevenção da pressão alta durante a gravidez. Além disso, são provados cientificamente os benefícios dessa droga na prevenção e no tratamento de cardiopatias.

E pensar que tudo vem da casca do salgueiro!

Vocês já imaginaram a quantidade de drogas que existem em uma floresta? E quantas jamais serão usadas pelos humanos, pelo fato de que as plantas que as originariam já foram extintas?

Segundo a Wikipédia, “Salgueiro ou salso é o nome comum das plantas do gênero Salix, família Salicaceae. O nome de Salix parece proceder do celta e queria dizer: próximo da água. É um gênero com centenas de espécies distribuídas em climas temperados e frios que surgiram apenas na era terciária. Inclui plantas de porte muito diverso, desde arbustos e pequenas plantas rastejantes até árvores de porte considerável. Nos parques e jardins é muito comum o salgueiro chorão (Salix chrysocoma, Dode), árvore de ramos longos e pendentes que é um híbrido do salgueiro branco (Salix alba, L.), muito comum na Europa, com uma espécie oriental (Salix babylonica, L.).”

WIKIPÉDIA. Salgueiro. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro. Acesso em: 21 fev. 2011.

Os salgueiros são árvores características da beira dos rios e dos seus ramos preparam-se os vimes, que tanta importância tiveram tradicionalmente na cestaria e na produção de móveis artesanais.

Já na Bíblia é mencionada como uma árvore de beira-rios (salmo 137).

Na minha propriedade, em Rancho Queimado, tenho uma dessas árvores, ainda bem jovem, plantada na "ilha" , bem defronte à minha casa.






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