Edson Osni Ramos (Cebola)
As tsunamis são gigantescas ondas de mar, geradas por terremoto ou pela erupção de vulcão submerso em local não muito distante da costa. A combinação dos efeitos da energia emitida pelo terremoto, ou pela erupção vulcânica, com as águas superficiais na costa geram as grandes ondas.
Em 27 de agosto de 1883, a explosão de Krakatoa, uma ilha vulcânica no Oceano Índico, próximo a Ilha de Java, provocou uma onda marinha de 15,30 metros de altura e uma onda sonora que foi ouvida nitidamente até 4.800 km de distância. O poder destruidor dessas tsunamis, geradas pelo fenômeno em Krakatoa, foi imenso.
As ondas sonoras resultantes dessa explosão são, provavelmente, as maiores já registradas.
Explosões dessa magnitude propagam energia, inicialmente através de ondas de choque, cujas velocidades são maiores do que as das ondas sonoras convencionais sob mesma temperatura e pressão. Essas ondas de choque, após certo tempo, dissipam-se no ar e tornam-se ondas sonoras normais.
É por isso que a velocidade de uma onda sonora pode, também, depender da amplitude da mesma (isso é válido apenas para ondas de gigantescas amplitudes).
O grande terremoto ocorrido no oceano Índico, próximo à costa da Indonésia e da Malásia, com 9,0º na escala Richter, em 26 de dezembro de 2004, gerou ondas gigantescas. O saldo: mais de 200.000 mortos, na Indonésia, Malásia, Tailândia, Sri Lanka, Índia, Ilhas Maldivas e, até, na costa leste da África.
Agora, navamente, vivemos o pesadelo de uma onda gigante. As imagens das tsunamis atingindo a costa do Japão, decorrentes do terremoto de 11 de março de 2011, (8,8º na escala Richter) são absolutamente aterradoras. As ondas possuiam comprimento de onda de 160 km (distância entre uma crista de onda e a crista seguinte).
O terremoto foi um fenômeno de magnitude tão gigantesca que alterou a posição do eixo terrestre em 10 cm (eixo imaginário ao redor do qual a Terra gira em seu movimento de rotação). Isso vai fazer os dias ficarem mais curtos em torno de 8 microsegundos (0,008 segundos). Pode parecer nada em relação ao homem comum, mas os homens dae ciênncia sabem que significa várias alterações. E também afastou o Japão da costa continental em aproximadamente 3 metros.
É a natureza reagindo! Na natureza não há castigo nem recompensa, apenas consequencias!
A seguir, observe o esquema da formação das tsunamis geradas por um terremoto no mar.
POSTADO EM 17 DE MARÇO DE 2011 - 22 H E 43 MIN
Em relação a isso:
"Querida Bel, para nós, simples mortais, isso não produz efeito algum. Para a ciência, no entanto, produz. Nas telecomunicações, por exemplo, quando um telescópio gigante está em observação de um corpo celeste situado a vários anos-luz da Terra, um deslocamento do eixo de rotação da ordem de 10 cm provoca uma variação angular na linha imaginária que une o telescópio ao astro. Essa variação angular é de 0,00000000000001º (10 na -14º), que pode parecer insiginificante mas que, devido à gigantesca distância entre nós e o astro, se não for levada em consideração pode-se perder as coordenadas que nos permitem "visualizar" o referido astro. Isso vale também para os GPS (sistemas de posicionamento global), tão em moda hoje. Claro que se você está no centro da cidade e quer identificar uma rua em um bairro, nada ocorre de diferente. Mas se você é comandante de um navio e está no oceano Índico e quer fazer uma rota para chegar a um porto da América do Sul, se não levar em conta o novo dado, certamente errará o caminho. Também influi na duração dos dias terrestres (lembre-se de que um dia é o tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno de seu eixo de rotação - aproximadamente 24 h). Este terremoto, bem como o do Chile no ano passado e o de Sumatra em 2004 (o do Haiti foi "muito pequeno", comparado a esses), provocaram um aumento na velocidade escalar média da rotação. Isso gera uma rotação mais rápida e, consequentemente, dias mais curtos. A soma dos três efeitos deverá gerar dias mais curtos, em torno de 0,025 s. Quase nada, certo?, porém, a longo prazo exigirá correções em calendários, etc. Os efeitos também poderiam gerar aumento no tamanho dos dias.
E, também, esse terremoto deslocou o Japão de sua posição anterior. Algumas das ilhas que compõe o arquipélago japonês foram afastadas da costa asiática em até 3,5 metros. Os continente, as ilhas, etc., são como peças de lego colocadas sobre uma superfície com água parada. Se a água não se mover, as peças ficam paradinhas. Qualquer movimento da água, as peças sofrem deslocamento.
Houve um tempo em que a África e o continente americano, embora constituídos de placas (peças) separadas, eram "grudados" um no outro. Com os efeitos causados por forças da natureza, hoje estão bem separados. E tendem a se separar mais.
Espero não ter sido muito chato na explicação.
Beijo
Edson (Cebola
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