AINDA SOBRE O ENEM
Em função de um debate com um colega professor, via face, quero abusar da paciência dos amigos, ainda comentando sobre o Enem.
A proposta do Enem deve ser revista. Uma prova única, deixando de lado as características regionais - literatura, história, geografia, folclore - é algo muito perigoso. A idéia em si, do tipo de prova, cobrando raciocínios e não a mera decoreba - que é a proposta, mas que não está sendo realizada na prática, é interessante. A execução é uma lástima!
Será que realmente as muitas pessoas acreditam que o Enem, como esta sendo feito, "democratiza" o processo educacional?
Amigos, como está sendo realizado é apenas mais uma prova, cada vez mais parecida com os vestibulares tradicionais, com as malditas "pegadinhas" e tudo o mais!. "Sem decoreba", dizem as vozes oficiais, mas se nem mesmo as fórmulas, necessárias são dadas? E em várias questões o "raciocínio" é a meras aplicação de uma equação.
Será que acham que as escolas públicas de ensino médio conseguem preparar o aluno para o Enem, como está sendo feito?
Quem estão felizes com essas coisas são os empresários dos grandes conglomerados ligados a educação - Positivo, Objetivo, Anglo e outros, que vendem material didático para uma infinidade de instituições - públicas e privadas - isso mesmo, também públicas, pagos com o seu e o meu trabalho.
Com uma prova única em todo o país, nem mesmo precisam preparar materiais diferentes, para as diferentes regiões.
Alguém já ouviu algum grande empresário de educação criticando o Enem?
Houve um movimento de empresários (será que não mais há?), ligados aos grandes grupos de SP, para financiar a candidatura do Sr. Hadad (Ministro da Educação, um despreparado) ao governo de SP. Leram a respeito?
Há muito que digo que se deve é fazer com que a escola privada seja uma opção, não uma necessidade!
Qual é o grande movimento feito em favor da educação de base nos últimos anos, com a criação de mecanismos de valorização do professor e da educação em si?
Vejo muito verbo e muitos paliativos: cotas, Enem, etc., mas ação que é bom....
Claro que as políticas de inclusão social são interessantes - na Ufsc aumentou consideravelmente o número de alunos oriundos da escola pública e de afro-descendentes. E isso é muito bom! Mas, e o aumento de vagas prometido nos cursos de alta demanda?
Porque ainda continuamos com 100 vagas públicas anuais para medicina (70, descontando as cotas) e no PR e no RGS são quase 400 (em cada um)?
Digo sempre que, e claro que não espero que todos os professores concordem comigo, deve-se investir muito mais em educação de base, com qualidade.
Para que o nível educacional possa se desenvolver em todos os aspectos!!
E em todos os níveis!
Mas ....
Abraço a todosProf. Cebola (Edson Osni Ramos)
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