quarta-feira, 17 de junho de 2009

O MAR É VERDE OU AZUL?

O MAR É VERDE OU AZUL?

Autor: Prof. Edson Osni Ramos (Cebola)

No mundo inteiro, não existe paisagem mais bonita do que a visão da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, do alto do chamado "Morro das Sete Voltas" (Morro da Lagoa). O verde da mata , os contornos azulados da lagoa e do mar e as dunas da praia da Joaquina ao fundo são deslumbrantes!

É que quando a radiação solar incide em nossa atmosfera (onde há predominância do gás nitrogênio), sofre dispersão (decomposição da luz em todas as cores que a constituem) com um maior espalhamento das radiações azul, anil e violeta. Por isso o "céu terrestre" é azulado.
Na Lua, como não existe atmosfera, o chamado "céu lunar" é escuro.
Essas radiações, quando incidem na lâmina d'água da lagoa ou do mar são refletidas como em um espelho. Por isso, a luz que volta da água do mar é principalmente azul, dando-nos a impressão do mar ser dessa cor. Na realidade, essa é a cor do “céu terrestre”, que é refletido na água.
Quando essa luz incide na superfície da água, parte reflete, parte é absorvida e parte refrata, "entrando" na água, permitindo que se veja a flora e fauna marinhas.
Quanto maior a profundidade, mais radiação é absorvida pela água. Esse é o motivo pelo qual fotografias batidas a grande profundidade dão a impressão de que a água do mar é verde, pois essa cor é menos absorvida pela água do que o azul.
Porém, também podemos ver o mar esverdeado mesmo olhando de fora da água. Isso ocorre quando a água possui pouca profundidade e nela existe grande quantidade de planctons, que possuem a cor natural verde.
Os planctons absorvem as demais cores, não absorvendo o verde, que é difundido, dando a impressão do mar ser esverdeado.
Outro fato é que, quando a luz incidente encontra muita poeira e vapor d'água em suspensão na atmosfera, parte dela é absorvida. Isso faz o "céu terrestre" e a luz refletida na água do mar ficarem em um tom de azul mais esbranquiçado ou acinzentado.
É por isso que no outono, quando o clima é tradicionalmente mais seco, o "céu terrestre" e a água do mar apresentam um tom de azul mais forte do que em outras épocas. É o mesmo motivo que justifica o fato de que, em grandes metrópoles, onde o grau de moléculas em suspensão na atmosfera (poluição) é muito grande, dificilmente o céu se apresenta em azul, tendo normalmente uma coloração acinzentada.

domingo, 7 de junho de 2009

ENERGIA NUCLEAR - APLICAÇÕES

ENERGIA NUCLEAR - APLICAÇÕES


Autor: Edson Osni Ramos (Cebola)

Muitas vezes ouvimos e lemos barbaridades sobre o uso da energia nuclear, sobre os perigos e malefícios de sua utilização. Mas, será que é assim tão ruim mesmo?
A energia nuclear, assim como todas as descobertas e inovações científicas e tecnológicas, pode ser utilizada para fins pacíficos ou bélicos. Dar prioridade a uma destas formas de utilização não é apenas uma questão técnica ou científica, mas, sobretudo, política.
É fato conhecido que, desde o final da Segunda Guerra Mundial, a energia nuclear tem sido utilizada pelas grandes potências mundiais principalmente para desenvolvimento e fabricação de armas destinadas à destruição e extermínio em massa. As armas nucleares existente, caso fosse detonadas, certamente causariam a eliminação total da vida no planeta Terra.

Apesar das aplicações bélicas, energia nuclear não é necessariamente sinônimo de armamento, como querem fazer crer alguns setores com influência nos meios de comunicação. O uso pacífico desta forma de energia desempenha, cada vez mais, papel relevante na elevação do nível de vida dos povos de nações mais desenvolvidas e abrangem a pesquisa científica básica. É só observarmos a produção de isótopos radioativos (denominados radioisótopos) para uso medicinal, industrial e agrícola, para a alteração das propriedades de materiais, a propulsão de embarcações marítimas e a geração de energia elétrica.
Para abordar apenas este último uso, dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicam que as 424 usinas nucleares em operação produzem, atualmente, 17% do total da energia elétrica consumida em todo o mundo (dados de 2004).
Nestas condições, o domínio pleno da tecnologia nuclear para fins pacíficos é imprescindível às nações que de fato pretendem promover o bem-estar social de seus povos por meio do desenvolvimento tecnológico autônomo e, conseqüentemente, do progresso econômico. Até porque, sem bem-estar social é impossível alcançar a paz duradoura, seja a nível local ou mundial.

Os radioisótopos são aplicados principalmente nas áreas de medicina, agricultura, indústria, arqueologia e diversas áreas de pesquisas. Podem ser usados como traçadores, como fontes de radiografia e como fontes de irradiação.
Na medicina, o Iodo-131 é utilizado para fins de diagnóstico e terapia da tireóide, o Tecnécio-99m ligado a moléculas específicas permite realizar diagnósticos para quase todos os órgãos do corpo humano; o Cromo-51, para marcação de células; o Cácio-45, para estudos metabólicos do Cálcio; Sódio-24, para estudo da difusão em membranas e equilíbrio sódio-potássio; o Gálio-67, para detecção de tumores em tecidos moles; o Tálio-201, para a visualização do miocárdio e, recentemente, o Samário-153, para eliminação de dor de câncer ósseo.
Na agricultura, o fósforo-32 é utilizado para verificar a absorção dos fertilizantes pelas plantas, no estudo dos processos orgânicos e bioquímicos dos animais e nos estudos dietéticos; o Fósforo-32 e o Estrôncio-89 são empregados na avaliação da eficácia dos controles de insetos destruidores e portadores de doenças; o Carbono-14 é usado no estudo do grau de decomposição das matérias orgânicas no solo e sua disponibilidade como alimento para plantas e no estudo da fotossíntese; o Cobalto-60 para preservação e esterilização de alimentos.
Na indústria, o Ferro-59 é utilizado para medir o desgaste das molas de segmentos dos êmbolos dos motores em atrito; o Fósforo-32, para medir o desgaste dos frisos do pneu de automóvel; o Sódio e o Iodo radioativos são freqüentemente utilizados para indicar vazamentos nas tubulações de água; os radioisótopos emissores de raios beta são utilizados para determinar espessura de metais; a utilização dos raios gama do Cobalto-60 como fonte de radiação para provocar reações químicas, possibilitando a alta qualidade na fabricação de combustíveis, lubrificantes e outros subprodutos químicos do petróleo. Na hidrologia, o Trítio artificial é utilizado para estudos de poluição das águas subterrâneas; Bromo-82 para estudos de propagação de contaminantes em rios; o Ouro-198 para determinar o transporte de sedimentos em rios para quantificar o assoreamento de reservatórios ao longo do tempo e propor medidas de prevenção.
Num campo totalmente diferente daqueles que vimos, temos a arqueologia que faz uso do Carbono-14 para determinação da idade de matéria orgânica. Pela versatilidade das aplicações citadas anteriormente, os radioisótopos tornam-se um instrumento indispensável para o bem estar do ser humano.
Assim, podemos ter uma noção de que a utilização de energia nuclear transcende, em muito, a fabricação de armamentos, podendo ser um facilitador de bem-estar aos humanos.