domingo, 20 de julho de 2008

PÔR-DO-SOL

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A crônica, a seguir é do próximo livro, que ainda não tem nome definido.
Lembra de uma bela época da minha vida.
Escrevi após ver uma foto daqueles tempos, de um pôr-do-sol. Visto de dentro de uma sala de aula do Colégio Catarinense.
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PÔR-DO-SOL

Edson Osni Ramos
(com a ajuda do Caio Roberto Salvino)

Outono de 1980.
A quinta aula do turno da tarde (que era o turno de funcionamento do então curso científico - hoje ensino médio) no Colégio Catarinense, em Florianópolis, no segundo piso do prédio da centenária instituição de ensino, era um espetáculo.
O veterano colégio, fundado em 1905, virou o século XX cercado de edifícios por todos os lados, porém, naquela época, poucos eram os prédios da já badalada avenida beira-mar.
Então, das salas do segundo piso (o terceiro piso era a residência dos jesuítas), tínhamos uma visão transcendental. Atrás dos morros, lá pros lados do continente, o pôr-do-sol era como um cartão da cidade.
Como era bom explicar, nas aulas de óptica, o porquê do avermelhado do Sol quando se punha no horizonte! Era, também, uma maneira de tornar as aulas de física mais próximas dos alunos, mostrando a ciência como companheira do cotidiano.
Tempos bons aqueles!
Estudávamos, trabalhávamos, brincávamos!
A nossa província era, também, nosso paraíso!
A cidade despertava para sua vocação turística. Os cariocas tinham acabado de nos descobrir, quando da chegada da Eletrosul à nossa cidade.
Essa empresa modificou hábitos e criou novas situações de vida e consumo. E depois vieram os gaúchos e paulistas, seguidos pelos argentinos.
Na época, a cidade se conhecia.
As festas não eram muitas, então todos esperavam por elas.
A Joaquina era o point. Depois, a Praia Mole!
A Dizzy, o grande centro de encontro dos jovens. Em seguida apareceram a Chandom e a Shampoo!
E que saudade daqueles meus cabelos arrepiados, que de há muito se foram, de usar gel New Wave, do aroma no ar dos perfumes Stilleto e do shampoo Floreal (de maçã verde) e das calças Fiorucci das meninas!
Deus, que sonho de época nós vivemos!
Tínhamos, ainda, a Cocota do “seo Didi”, a esquina da Marrocana, o Vagão (do garçom Getúlio), o Degraus e o Espetinho, lembram-se?!
Na época, as alunas absolutamente lindas! Cada mulherão!!
Hoje, são todas muito jovens, crianças mesmo, embora estejam na mesma faixa etária daquelas de outros tempos.
Ah, tempo danado, que passa para todos!
No colégio, a grande pegação de pé era com o pessoal do interior, que chegava para estudar na cidade.
Cada menina linda!
Umas galeguinhas de tirar o fôlego, de Pomerode, Blumenau, Caçador e Jaraguá!
Era só abrirem a boca e os sotaques as denunciavam!
E as meninas bonitas daqui, se fosse citar nomes, teria de encher várias páginas.
Como estarão hoje esses anjos daqueles tempos?!
Como vivem aqueles queridos e queridas que passaram pela gente, em sala de aula, nesse tempo todo de magistério!
Desses tempos até hoje, quanta coisa mudou!
Embora, hoje, o pôr-do-sol seja tão belo quanto outrora, duvido que seja possível vê-lo das salas de aula do Colégio Catarinense.
E será que as aulas de hoje são as mesmas?

2 comentários:

Marcelo Aguiar disse...

Querido Edson,
Adorei ler esta crônica que me encheu o coração de saudade e a lembrança de alegrias.
Que bom que pudemos viver isso!
Grande abraço.

Marcelo Aguiar

Esmeralda Arnê disse...

Oi Cebola:
Vinham também umas galeguinhas da Laguna...
Amei a crônica. Me carregou lembrança a fora, para um tempo que existe mágico dentro de cada um de nós que viveu lindamente aquela época. Especial porque de descobertas, suave. Chego a ter saudades de Fisica.(rsrsrs)
Beijos
Lucia de Barross