Na próxima semana teremos as matrículas para os calouros da UFSC. Claro que é um momento de grande alegria para todos eles, porém poderemos ter problemas e ressentimentos aflorando no ambiente universitário.
Os cotistas, e já escrevi isso antes, não são os responsáveis pela política implantada na universidade. Foram as autoridades universitárias e um grupo de estudos, com a participação de várias entidades, que levou adiante os estudos sobre a questão, que culminou com a implantação do projeto de ações afirmativas, cujo parte mais visível para a sociedade é a política de cotas.
Portanto ninguém tem o direito de discriminá-los!
Nesta semana, dois acontecimentos marcaram meu cotidiano, em relação ao tema.
Uma linda e querida aluna, pessoa de origem muito simples (pobre mesmo!), mulata, portanto de origem “afro-descendente”, estudiosa e esforçada, mostrou-me seu relatório do vestibular da Ufsc. Fez para enfermagem, mas não aderiu à política de cotas raciais, a qual, de acordo com o edital do concurso vestibular, tinha direito.
Não se classificou, porém, se tivesse aderido à referida política, poderia passar até em medicina.
Outro contato foi com um vestibulando de direito, não cotista, aprovado para a turma de agosto.
Pois diz ele que uma de suas colegas de turma será uma jovem senhora, funcionária pública federal, já formada na UFSC administração de empresas e que agora, como cotista, vai ingressar em direito.
Pois eis algo que os nobres colegas que estudaram o projeto em momento algum pensaram: alguém já formado na própria UFSC pode voltar para a mesma instituição, para cursar nova faculdade, e ainda como cotista?!
Com todas as dificuldades de falta de vagas no ensino superior público, é justo alguém fazer um curso e, depois, retornar e fazer outro?
E isso sem pagar nada, ou seja, com todos nós pagando seus estudos.
É legal, sei bem disso, porém é justo?!
E ainda como cotista!
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Um comentário:
Não vejo justificativas suficientes para o sistema de cotas raciais, por motivos até já comentados no blog, porém concordo e acho convenientes cotas para alunos oriundos de escolas públicas, mas que ainda é falha, algumas situações acabam mal avaliadas, deixando furos. Enfim essa é a minha leiga opinião, o sistema precisa de algumas modificações convenientes se for continuar. Valeu cebola, sua opinião é de grande impacto para mim.
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