segunda-feira, 29 de março de 2010

TEM MOMENTOS EM QUE NÃO SE CONSEGUE FICAR QUIETO - 1

TEM MOMENTOS EM QUE NÃO
SE CONSEGUE FICAR QUIETO - 1

É, tem momentos me que a gente não consegue ficar quieto!
Sábado passado, 27 de março, fui assistir a formatura dos cursos de letras - licenciaturas e bacharelados - da Universidade Federal de Santa Catarina.
Eram mais de 100 formandos, em inglês, português, francês, alemão, italiano e outros.
Tempos atrás era difícil encontrarmos o reitor da UFSC participando das formaturas das licenciaturas. Pois lá estava o reitor, Professor Álvaro Prata, presidindo os trabalhos.
A formatura em si foi bastante bonita, não obstante a cerimônia ter durado mais de duas horas – absolutamente cansativa.
Mas o que mais chamou atenção foi a postura de um formando, que ficou sentado na primeira fila.
O indivíduo estava de bermuda e tênis, com a beca por cima. Parecia que queria ir dali direto para um campo de futebol!
O descaso do indivíduo com sua formatura retrata o desconforto dele em relação à sua profissão: o magistério.
Como professor e educador, fiquei chocado. Se não valorizarmos nossa profissão, como vamos querer que nos valorizem?
O professor no Brasil já é, via de regra, relegado a um plano – social e econômico – bastante ruim. Se nós não nos valorizarmos, a situação ficará cada vez pior!
Não sei se o “mocinho” queria protestar contra algo, com a inusitada indumentária. Mas se queria chamar a atenção, conseguiu!.
Nas últimas décadas o magistério no Brasil foi vilipendiado como atividade profissional. O descaso das autoridades educacionais provocou um fenômeno cruel: quando um indivíduo não conseguia entrar em nenhum outro curso nas universidades públicas, ingressava em algum para dar aula.
Quando se formava e ia trabalhar no ensino fundamental e secundário, os salários eram (como ainda o são, na maioria das vezes) miseráveis. Como o salário era ruim, ele não se esforçava em realizar um bom trabalho. Como o trabalho não era bom, não conseguia ingressar em instituições que pagavam melhor.
E assim um círculo vicioso passava a existir.
Hoje, creio, a situação está um pouco melhor (longe, ainda, de estar boa).
Mas, não com esses formandos “de bermuda”!

Um comentário:

PAULO COELHO - FLORIANÓPOLIS -SC disse...

Olá Cebola, concordo completamentamente com o seu comentário e acredito que se o cidadão não quisesse prestigiar ninguem ou seja nem ele mesmo, deveria no mínimo respeitar os seus pais que com certeza deveriam estar presentes na solenidade.
Quanto a desvalorização da profissão de professor, nós que estudamos em uma data não muito distante tínhamos sempre uma Professora ou um Professor para nos lembrarmos e nos orgulharmos no futuro.
Hoje o desrespeito já ocorre quando a criançada ao invés de ter Professora tem uma "Tia" na sala de aula e ainda é obrigada a aceitar todo o tipo de coisa que a ela é dito, fruto da falta de educação dos pais de boa parte destas crianças.