domingo, 18 de abril de 2010

NEREU RAMOS


NEREU RAMOS
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Autor: Edson Osni Ramos (Cebola)
Neste ano de 2010, teremos eleições. Vamos eleger nova Assembléia Legislativa, nova Câmara dos Deputados, renovar dois terços do Senado Federal e eleger novo Presidente da República.
Quem acompanha a situação política em nosso país, percebe o descrédito que esta classe tem junto à população. Claro que nem todo político é corrupto ou bandido, o problema é que existe uma razoável quantidade de políticos que se enquandram nesses perfis, que denigre toda a classe. Creio que estão em falta representantes do povo, na acepção do termo, que lutem por ideais e procurem melhorar a qualidade de vida da população.
Ainda existem pessoas assim, claro, caso contrário estaríamos realmente perdidos.
Santa Catarina já teve grandes homens públicos, dos quais precisamos sempre recordar. Para que apareçam outros seguindo suas idéias.
Já tivemos até um Presidente da República!
Há cinqüenta e cinco anos, um catarinense, Nereu de Oliveira Ramos, assumiu o cargo de Presidente da República em nosso país. Fato que se torna mais notável por ser, até agora, o único catarinense imbuído de tal cargo.
Nereu de Oliveira Ramos nasceu em Lajes, em 3 de setembro de 1888, filho de Vidal José de Oliveira Ramos e de Teresa Fiúza Ramos. Em 1909, formou-se em Direito, no Rio de Janeiro. Em 1911 iniciou sua participação no jornalismo e na política. Em 1921, fundou o jornal A República e foi um dos organizadores, em nosso Estado, da Reação Republicana, movimento de apoio à candidatura de Nilo Peçanha para as eleições presidenciais de março do ano seguinte, vencidas por Artur Bernardes.
Foi deputado estadual (1911 - 1912; 1919 - 1921), fundador e primeiro presidente (1927 -1932) do Partido Liberal Catarinense (PLC). Elegeu-se deputado federal pelo PLC em 1930, mas teve seu mandato cassado em virtude da revolução e do fechamento do Congresso.
Deputado integrante da Assembléia Nacional Constituinte de 1934, foi eleito indiretamente governador de Santa Catarina (1935 -1937). Com o golpe de 1937, foi nomeado interventor federal em nosso Estado, cargo que ocupou até o fim do Estado Novo, em 1945. Nesse mesmo ano, foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) em Santa Catarina, legenda na qual se elegeu senador constituinte.
Findos os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, em 19 de setembro de 1946 foi eleito indiretamente vice-presidente da República (1946 -1951). Foi presidente do PSD (1947 -1949), deputado federal por essa legenda e presidente da Câmara dos Deputados (1951 -1955).
Na nova legislatura, iniciada em 1º de fevereiro de 1955, foi eleito vice-presidente do Senado.
Realizadas as eleições, em 3 de outubro de 1955, Juscelino Kubitschek e João Goulart foram eleitos presidente e vice-presidente da República. Logo após a proclamação dos resultados, teve início uma crise política de âmbito nacional, pois a União Democrática Nacional (UDN) deflagrou uma campanha contra a posse dos eleitos, sob a alegação de que não haviam obtido a maioria absoluta dos votos. Dois dias depois, um distúrbio cardíaco forçou a internação hospitalar do presidente Café Filho (que substituíra Getúlio Vargas) e, em 8 de novembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, assumiu interinamente como presidente.
As posições polêmicas de Carlos Luz, apoiando as pretensões da UDN, levaram-no imediatamente à deposição. Assim, em 11 de novembro de 1955, assumiu a presidência da República, pois, como vice-presidente do Senado, era o seguinte na linha sucessória. Em 22 de novembro, com o afastamento definitivo de Café Filho, a Câmara dos Deputados confirmou Nereu Ramos como presidente da República até a posse de Juscelino Kubitschek, que ocorreu em 31 de janeiro de 1956.
No governo de JK, Nereu Ramos foi nomeado ministro da Justiça e Negócios Interiores, cargo do qual exonerou-se em 1957, quando retornou ao Senado.

Nereu Ramos, em 1932, foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina, onde lecionou direito constitucional e teoria do estado.
Foi casado com Beatriz Pederneiras Ramos, com quem teve quatro filhos.
No dia 16 de junho de 1958, em pleno exercício do mandato de Senador da República, faleceu em desastre aéreo ocorrido próximo a Curitiba, no Paraná, juntamente com o então Governador do Estado de Santa Catarina, Jorge Lacerda, e o Deputado Federal Leoberto Leal, que era cotado como o principal candidato a suceder o governador Lacerda.


Foto de família: o primeiro a esquerda, em pé, é Nereu Ramos, Governador de Santa Catarina entre 1935 de 1937 e Interventor de 1937 a 1945; no centro (de bigode) Vidal Ramos Júnior (pai de Nereu), Governador de Santa Catarina de 1902 a 1906 e de 1910 a 1914; o terceiro em pé, da direita para a esquerda, é Celso Ramos (irmão de Nereu), Governador de Santa Catarina de 1961 a 1966 e o primeiro à direita, na fila das crianças, é Aderbal Ramos da Silva (sobrinho de Nereu), Governador de Santa Catarina de 1947 a 1951.
Além deles, Aristiliano Ramos (primo de Nereu), foi Interventor de 1933 a 1934.

Fontes:

http://www.portalbrasil.net/politica_presidentes_nereuramos

http://www.casamilitar.sc.gov.br/exgov.htm.

TANCREDO, L.H. Doutor Deba: Poder e Generosidade, editora Insular, Florianópolis, 1998.

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